sexta-feira, 13 de setembro de 2013

suspiro

"não podia mesmo dar certo", suspirou ela
até estatisticamente
eram muito novos
ele era muito sensato
e ela estava cega de dor
ela era um livro aberto
ele, fechado
ela era emotiva
ele, contido

mas se amavam
o melhor que podiam
o que não era pouca coisa
e amor dele ajudou-a se manter viva
e a paixão dela quase terminou de matá-la
até que ela aprendeu a ressignificar o que não se pode ter
e entendeu que a ausência é uma força criativa

não podia mesmo dar certo
mas mesmo que pudesse
desta vez, não deu.

suspiro.

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