sexta-feira, 31 de maio de 2013

Watchmen

"Enlouquecido pela impotência, amaldiçoei Deus e chorei, indagando se ele também chorava. Mas de que valem as lágrimas dele se sua ajuda me foi negada?
Meu pranto assustou as gaivotas. Elas partiram... e, em meio ao terrível silêncio, compreendi a verdadeira plenitude da palavra 'isolamento'.
Aquela noite, dormi mal sob estrelas distantes e frias, meditando sobre Deus, também frio e distante, em cujas mãos jazia o destino de Davidstown.
Estaria ele lá?
Teria estado antes e agora partido?
O sol matutino não me encontrou mais sábio ou menos perturbado. Logo adiante, na praia, vários cadáveres haviam se inflado com o gás. Eu me pus a enterrar carcaças encharcadas, emparelhando membros como pude. Com elas, soterrei todas as esperanças de sobrevivência de minha família.
Usando madeira flutuante, abri uma vala larga e profunda. Jamais vi ou imaginei tantos mortos. O meio-dia veio e se foi. Ao entardecer, a cratera estava ampla o bastante e tratei de rebocar aquelas coisas gélidas, mutiladas e disformes para o leito que havia preparado.
Arrastando e amaldiçoando, rogava para que minha esposa e filhas, quando chegasse sua vez, fossem carregadas por mãos mais gentis.
Tornei a chorar. Deus do céu, quem as protegeria?"

I

Quando Stella nasceu, veio um anjo, um safado de um querubim, e disse: "Vai, Stella! Ser gauche na vida" . Não, brincadeira; não houve anjo algum. Não que saibamos, ao menos.

Stella era órfã. A única coisa que sabia sobre seus pais era que estavam mortos. Stella vivia numa cidadezinha provinciana, chamada X. Seus primeiros 13 anos de vida tinham sido, na melhor das hipóteses, chatos. Ela era criada por Oswald, seu tio, irmão de seu pai.

Stella perguntou diversas vezes, como qualquer um faria, sobre seus pais. Oswald apenas balançava a cabeça e dizia "A ignorância é uma bênção", num tom que pretendia ser sábio, mas para Stella soava apenas prepotente e pouco satisfatório.
- Orwell discordaria, tio. - retrucava Stella.
- Que Orwell sabia da vida, menina? Passou por tanta coisa só pra expiar sua culpa classe média.
- Você está sendo simplista.
- Com certeza, mas você não me vê lavando pratos num hotel imundo ou recebendo uma miséria pra colher lúpulo. Estou aqui, lindo, tomando chá mate e comendo pipoca.
- Você nunca vai falar sobre os meus pais, não é?
- Sei lá. Não é simples desse jeito. Tome um chá. - disse Oswald, como que para encerrar o papo.
- Amarela os dentes. - disse Stella.
- Ué, cigarro também.
- Mas eu não fumo, eu tenho 13 anos, esqueceu?
- Ah, é verdade. Bem, é uma questão de tempo, eu acho. Talvez faça parte do processo de amadurecimento começar a entender porque as pessoas fazem coisas que sabem que fazem mal a elas. - afirmou Oswald, pensativo.
- Você está falando sobre o quê, agora? - Stella intrigou-se, erguendo uma sobrancelha.
- Sobre coisas que espero que você nunca entenda. - declarou Oswald, abrindo seu maço de cigarros.
- Você realmente faz um belo trabalho em me inspirar para a vida, hein, cara. - suspirou Stella.
- Estou dizendo que espero que você não sofra, sua ingratinha. Ou sofra, porque a dor pode ser um terreno fértil para a solidariedade, mas não muito.
- E como se diferencia isso?
- Acho que seria algo como um caminho do meio entre querer abraçar as pessoas mais do que gritar que elas estragaram sua vida. - teorizou Oswald, rindo.
- Acho é que você deveria procurar uma terapia.
- Prefiro investir em você. Dê o fora, quero fumar. Por que não vai brincar com seus amigos?
- Porque eles meio que não existem. - disse Stella, desviando o olhar.
- Duvido. Você é uma garota inteligente e engraçada, todo mundo deve querer ser seu amigo na escola.
- Então... não. - explicou ela, frustrada.
- Talvez as crianças da sua idade tenham inveja de você, porque são medíocres? - disse Oswald, gentilmente.
- Duvido bastante. E mesmo que fosse isso, não seria grande consolo. Aliás, consolo algum. Não é como se eu me esforçasse para ser inteligente, eu nem estudo. Mas eu me esforço pra fazer amigos, e não adianta de porra nenhuma.
- Ligue o foda-se para essa gente, meu bem. - sugeriu Oswald, oferecendo um brinde com o chá.
- Falou o cara que fuma 60 cigarros por dia e só conversa comigo e com o gato.
- Nada a ver. Sou educado com todo o mundo.
- Isso é verdade.
- Só não quero as pessoas perto demais.
- Por quê?
- Talvez um dia eu te diga.
- Opa, acho que estamos obtendo algum progresso aqui, senhoras e senhores? - disse Stella, olhando para Marlboro, o grande gato gordo e preguiçoso.
- Vou te dar um dinheiro, sua amaldiçoada. Vá pegar um sol. Quero fumar e ouvir Elliott Smith.
- Eu gosto de Elliott Smith! - protestou Stella.
- Mas não devia. Você é nova demais. - Oswald respondeu, severo.
- Sabe, tenho a teoria de que a vida não respeita limites de idade. Como para me tirar meus pais.
- Stella, Stellinha... por favor, não fique triste. Eu posso ser amargo e tabagista, mas você tem a mim. - Oswald estendeu os braços para ela.
- Eu sei. Obrigada. - fungou Stella, lhe dando um abraço breve e apertado.

***

Stella de fato não tinha muitos amigos na escola. Aquilo a magoava, contudo, ela não conhecia outra realidade.

Oswald era um homem perspicaz, de cerca de 40 anos. Era magro e muito bonito, embora não soubesse disso. Não era muito assediado, porque era demasiadamente introspectivo. Oswald era jornalista. Viajava às vezes a trabalho, todavia, dizia que seria um sábio mesmo que nunca saísse da cidadezinha de X.

- Tipo Kant - ele dizia.
- Seu imperativo categórico supremo seria "Fumarás como se não houvesse amanhã, brincarás com o gato gordo e afastarás as mulheres que tentarem se aproximar"? - retrucava Stella.
- Eu não faço isso. - disse Oswald, franzindo o cenho.
- Nem precisa. Nem as mais stalkers tentariam algo com alguém tão fechado. Tio Oswald, você já amou alguém?
- Não. Não é da sua conta. - suspirou - Já.
- E como foi?
- Digamos que é bom sentir borboletas no estômago, exceto quando elas se tornam mariposas desesperadas. - disse ele, acendendo um cigarro.
- Falou e não disse nada.
- Estou te dando pérolas aqui, filha.
- Agora tá citando Al Pacino. Cê tá que tá hoje, hein? Mas até que você tem algo de Coronel Slade, sabe? - disse Stella, pensativa.
- Eu não amo "as mulheres", isso é muito abstrato, é metade da humanidade, é muita gente pra amar só por causa de arbitrariedades como suposta delicadeza e cabelos longos.
- De fato, somos legião, porque somos muitas. Mas então você é desses que "gosta de gente"?
- Eu não gosto de gente. - riu Oswald.
- Mas você gostou de alguém.
- Sim, Stella, eu gostei. Mais de uma, até. - admitiu Oswald, contrafeito.
- E deu certo?
- Tanto quanto podia dar. - disse Oswald, tragando profundamente o cigarro.
- Você foi feliz?
- Fui.
- Então por que você parece tão triste?
- Porque as ausências pesam.
- Quais?
- Todas. Às vezes separadas, às vezes todas juntas de uma vez. Sinto saudades de algumas pessoas, sinto saudade de mim. Sinto saudade de ter altas expectativas pro futuro - Oswald olhava para um ponto inexato.
- Você sente saudade de alguém mais do que das outras pessoas?
- Sim, Stella. Por quê?
- Porque às vezes eu vejo você rir sozinho e depois parar de repente e apertar os olhos. Às vezes você cobre o rosto. Às vezes fuma como se a fumaça pudesse te preencher. Mas algo te dói, isso é claro.
- Você percebe? - disse Oswald, subitamente se sentindo exausto.
- Sim.
- Achei que eu fingia sim.
- Pros outros, talvez. Por que você não se permite sentir a dor em sua extensão real? Por que você a esconde?
- Porque não suportaria.
- Dói tanto assim? - disse Stella, compassiva.
- Você não faz ideia.
- Desculpa por tocar no assunto. Desculpa mesmo.
- Você não fez por mal. Mas agora, por favor, me deixe sozinho. - disse Oswald, dando-lhe as costas.

O som tocava Elliott Smith.
"It's a hell of a role, if you can keep it alive..."


domingo, 26 de maio de 2013

queria um Sartre
nem Ulay seria
em 30 anos ele jamais me visitaria

só consigo gritar


leveza

hoje quis fumar uns 10 cigarros
não fumei nenhum
nesse exato momento,
não fumaria nenhum
abraçaria inúmeras pessoas
afagaria meu gatinho

não estou só
e nunca mais estarei
Luiza disse
e eu acredito
eu acredito nas minhas irmãs
eu acredito em mim mesma
veja só, acredito até no amor
acredito na solidariedade
e acredito na transitoriedade

frágil parece ter sido a felicidade
mas cada instante infinito se esvai
e cada sombra de memória passa
e como citava mamãe
"eu sou a fênix que ressurge intata
do meio das cinzas de que me mata."

sábado, 25 de maio de 2013

Sobre aceitação

não busco perfeição em nada
a criança perfeccionista que fui já frustrou-se em demasia
francamente,
vejo mais beleza
na reconstrução
no recomeçar
no tentar incansável
nas boas intenções
na persistência

há beleza inclusive na ausência
a beleza oculta de sua impermanência

o eterno é tão ilusório
quanto a concretude do transitório

entre oito e oitenta,
fico com o possível
fico com o que me é permitido
dadas as circunstâncias, existo
sem pretensões
como e enquanto posso, sigo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

e esta noite não tem música nem poesia
tem só dor e não numa forma bonita
não numa forma apresentável
é crua e desagradável

eu não sei mais o que fazer

uma das minhas melhores fotos - possivelmente a melhor
é sem um pingo de maquiagem
o lugar não é sensacional nem a luz favorece seiláoquê

é no meio do eixão
eu sorrindo
pra ele

e eu amo aquela foto
porque o sorriso é sincero

meu sorriso já se alinhou bem mais
mas já estava bonito
porque era seu

eu quero voltar pra'quele dia
e vivê-lo para sempre
viveria facilmente num espaço-tempo em que estivéssemos juntos para sempre
um universo paralelo, uma outra estrela
e eu abraçando você durante o sono para sempre

errante

queria dizer as palavras certas - as palavras exatas
ou fazer a coisa perfeita
queria só
ser
certa
e não errante
vago pouco
erro muito

terça-feira, 21 de maio de 2013

não me sinto livre
me sinto desolada

segunda-feira, 20 de maio de 2013

o amor construiu meu mundo
o amor é meu teto
e eu prefiro correr o risco de tornar-me sem teto
a ter fundamentado minha vida sobre outra coisa que não o amor
o amor
e o enorme amor a ele

domingo, 19 de maio de 2013

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
"

- Pablo Neruda

sábado, 18 de maio de 2013

Saudade do irmão que nunca conheci. Saudade da mãe que foi-se cedo demais e de um jeito errado demais. Saudade do irmão querido que mora longe. Saudade do irmão difícil que outrora amei tanto. Saudade de mim mesma quando conseguia conceber que um dia eu viveria sem me sentir quebrada. Saudade de esperar pelo futuro achando que seria melhor. De fato tenho liberdade, mas tenho também tanta desesperança. Saudade de todxs que chamei de amigxs e hoje chamo de lembranças.

O acúmulo de ausências que chamam de vida simplesmente é pesado demais.

Hoje a noite eu só gostaria de deitar minha cabeça no colo de 2 pessoas que entenderiam minha dor. Ambas estão fora de alcance.

filosofrer

há quem diga
que o belo da vida
está em ser vivida
para outros, reside na liberdade
da existência preceder a essência
de um tomar para si a responsabilidade
de buscar ser feliz
ou buscar a verdade
se destruir
ou desistir no processo

para mim, a beleza da vida está na solidariedade
[da sarjeta
o belo estaria naquele que, a despeito da miséria,
a despeito da sarjeta
conseguisse estender as mãos calejadas e feridas
pelo duro ofício de seu destino- fado-fardo
insistir em ser vivido
estendê-las para o próximo
estivesse ele melhor, semelhante ou pior
geralmente circunstâncias transitórias
acompanhadas pela dor de cada história

ousei buscar a coerência
a veleidade de ser eu própria este imperativo categórico

falhei
disse um bigodudo hiperbóreo
aqueles que lutam contra monstros
devem tomar cuidado para não tornar-se um
já não sei se o monstro é o mundo ou sou eu
confundimo-nos
tornar-me-ei parte do mundo
parte da miséria
parte da terra
que anseio cobrir esse corpo

a beleza da vida é subjetiva
a da minha, é sua finitude

(escrito 10/04/2013)

sábado, 11 de maio de 2013

Tatuagem

"Bury my heart next to yours" - Enterre meu coração próximo ao seu. Trecho de uma música do Mumford and Sons, Ghosts that we knew.


Meu antebraço estará permanentemente marcado de saudade e tentativa de honrá-la. Isso está em mim inteira. Tento transformar isso em inspiração, mas a vontade maior é de destruir-me junto.

Que saudade.
Que saudade.

Escrevi em maio aqui no blog:
"A morte é a verdade absoluta.

Esmagadora. Inexorável."

E isso continua sendo verdade. E tudo isso, e aquilo, continuam sendo verdade.

Disseram-me que uns dias antes dela se matar ela estava deitada na cama dela, acordada, encolhida em posição fetal. De tênis. Essa imagem acaba comigo. Já a vi assim. Já estive assim.

Mãe, mãe, mãe... Você falou que iria ao enterro do meu avô porque tinha folheado num livro espírita que as energias ajudavam os mortos. Algo assim. Meu pranto te ajuda de alguma forma, será? Se tem algo depois dessa existência dolorosa, minhas lágrimas te confortam ou angustiam? Eu só quero que você esteja em paz. Para sempre. A paz que eu não dei a ti, e isso me amargura tanto. Isso me destrói tanto. Ainda.

Eu só queria abraçá-la. Eu só queria abraçá-la. E nada nesse mundo pode me oferecer isso.

sábado, 4 de maio de 2013

Um ano de saudade, ou: Afetos não são mercantilizáveis

Eu comecei a vender cupcakes. Comecei bem no freestyle, então ainda me faltavam/faltam materiais, e por isso, quinta-feira fui numa cidade próxima comprá-los.

Fui num aglomerado de lojinhas. Por muitas, espalhavam-se cartazes sobre o dia das mães. "Compre uma panela/ tupperware/ joia/ calcinha para sua mãe!"

Dia 4 de maio de 2012, uma sexta, à noite, eu saí com o Alex. Estávamos ficando há umas duas semanas. Comecei despretensiosamente, mas me apaixonei. E nesse dia eu resolvi falar que estava gostando dele e preocupada em não ser recíproco. E começamos a namorar, e foi lindo.
Alex: Que dia é hoje?
Eu : 4 de maio.
Alex: Não é um dia muito massa pra fazer aniversário de namoro.
Eu: Por quê?
Alex: 4 é um número da morte pros japoneses.
Eu: Hmm...

Marcamos de nos encontrar no dia seguinte no shopping.

No dia seguinte, sábado de manhã, 5 de maio, mais ou menos 10h, ligam na minha casa. Meu irmão atende. Desliga e bate na porta do meu quarto com delicadeza, o que eu estranho, já que ele era extreamente grosso pra simplesmente abri-la quando resolvia me acordar porque "já tava tarde".

"Posso entrar?"
"Sim"
"Giovana... minha mãe morreu."
"Como assim? Como assim? Como assim?"

Comecei a chorar mas parei logo. Meu irmão me ofereceu um café, eu recusei. Fiz um chá. Ele disse que ela havia se matado em Abadiânia, GO. E que iria com outros familiares resolver burocracias do corpo. E eu disse que iria ver o Alex no shopping. Ele não tinha celular na época, eu não queria dar bolo.

Quando estávamos lá, contei o que havia acontecido e fomos tomar um café. Eu estava calma. Vi a vitrine, "Bolo das mães". Comecei a chorar. Assim como chorei muito quinta-feira voltando de Taguatinga, onde fui comprar as coisas pros cupcakes.

Mas o ônibus levou 1h30min e além de chorar eu refleti bastante. E refleti sobre o dia das mães.

Não sei se já dei presente de dia das mãe pra ela alguma vez na vida, mas se dei, foram com certeza pouquíssimas vezes. Ela não fazia nenhuma questão. Minha mãe dizia que não era, nas palavras dela, convencional, e de fato ela nunca foi, para o bem e para o mal.

Minha mãe com certeza diria que o dia das mães era só uma data comercial, como outras. E realmente é.

Afetos não são mercantilizáveis, não importa o quanto o capitalismo tente te convencer disso. Se eu pudesse presentear minha mãe esse ano, seria com mais compreensão, carinho e um pedido de perdão. Talvez eu levasse ela pra sair, mas não por causa do dia das mães, e sim porque eu quero.  Como já levei antes. Tendo momentos agradáveis ou com a gente se espezinhando. Mas para todos a vida é uma alternância de momentos, e hoje eu tenho consciência disso.

"Hoje eu faria
Algumas coisas de um jeito diferente
Levaria o "be kind" mais a sério
Mas eu não podia ser mais velha do que era"
http://abaixoagravidade.blogspot.com.br/2012/12/sobre-continuar.html

Dei o nome da minha "marca" de cupcakes de Diadorim. Diadorim é um protagonista de Grande Sertão: Veredas, do autor preferido dela: Guimarães Rosa. Cozinhar pra mim é um ato de amor. Também quero ter um dia um local para pessoas que precisem dormir e viver com o nome de Casa Beatriz.

A única coisa que posso fazer com a saudade, a dor, e o arrependimento, e as reflexões, e as experiências, é tentar evitar que me dilacerem e tentar sempre ser uma pessoa melhor, mais gentil e compassiva. Alguém que ela pudesse ter orgulho, se Deus quiser.

Ela entenderia que eu estou tentando, como ela tentou. Enquanto pôde e até o final.

Eu te amo, mãe. Espero que você esteja num lugar melhor.