sexta-feira, 11 de novembro de 2016

metamorfose

para Edmar

rasgo o silêncio
e o torno fecundo
sopro água, cuspo fogo
lambo feridas antigas
chega de esfregar sal
eu quero sanar

(que te importam minhas chagas?
meus vícios de tristeza
"do que a gente sabe da cidade dos outros?")

quando morreres, ninguém te devolverá
o amor que não deste
podes enterrá-lo
mas jamais frutifica
o que foi plantado errado

de ervas daninhas estou farta
(e do lirismo que não é libertação)
quero alecrim e alegria
manjericão e paz
amor e repouso
descansar nos braços do mar.

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