domingo, 27 de novembro de 2011

August and everything after

O título desse post é também o nome de um álbum do Counting Crows. E pra mim, também é uma referência a um dos meses mais massacrantes emocionalmente que eu já tive. O mês que eu chorei mais lágrimas do que chorei nos 17 anos da minha vida, mesmo que eu tenha passado por coisas virtualmente tão piores do que um simples pé na bunda.

Eu sempre achei que o amor fosse salvar a minha vida, mas ele de fato quase a arruinou. A vontade de chorar ao acordar. Contemplar o céu e desejar... ir embora. Pra sempre.

Agosto pegou toda a terra fofa que eu joguei em cima dos buracos em mim e arrancou. Deixou meu abismo bem exposto. A superfície de força ruiu.

Eu admiti que precisava de ajuda. Como nunca precisei na vida. Felizmente, a tive. Felizmente, muitas pessoas, inclusive algumas das mais improváveis, me ofereceram apoio, palavras doces. Esforçaram-se para me tirar do terror. Eu era grata ao esforço delas. Mas continuava sofrendo intensamente.

Engraçado, eu saí bastante em agosto. Shows, filmes com os amigos. Se eu estivesse bem, poderia ter sido um ótimo mês. Se eu estivesse bem, poderia ter sido um ótimo aniversário. Mas não foram. Foram terríveis.

A lindíssima Luciana, uma dessas pessoas improváveis e maravilhosas que me estenderam a mão sem ter nenhuma obrigação disso, disse num email pra mim: "amar, no sentido mais amplo da palavra, acho que se resume a correr por um campo aberto durante a guerra. amor rima tão fácil com dor, não deve ser a tôa." Eu não poderia concordar mais.

Eu amei como quem tapa os ouvidos e fecha os olhos e sai correndo para atravessar o Eixão, a via expressa aqui de Brasília. Sabendo que, se eu sobrevivesse, seria uma puta sorte, quase um milagre. Mas que a chance de êxito era mínima. E amando e correndo de olhos fechados mesmo assim.

A dor era grande demais e eu simplesmente sabia que não ia suportá-la sozinha. Busquei ajuda. Quis sair mais forte depois aquela merda toda. E saí. Com ajuda de muitos. Mas não da pessoa que eu mais amava e confiava. Esta, me feriu novamente, e de forma bem mais desleal.

Eu senti muito desgosto. Com esforço, consegui superar. E com muito, muito esforço mesmo, larguei de mão. Ninguém merece minha ruína.

Sabe, a Larissa me ensinou a diferença entre rótulo e identidade; o rótulo te impõem ou você se impõe, a identidade é o que você é. E eu percebi que "garota triste" era um rótulo. Eu não sou uma garota triste; eu fui, eu estive. Mas esse não é meu fa(r)do eterno; eu posso e vou ser mais feliz. Mais em paz. Já estou.

E que 2012 seja melhor ainda. Estou pronta. E obrigada a todos o que estiveram e estão ao meu lado. Podem ter certeza: eu nunca vou esquecer.

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