domingo, 18 de março de 2012

The Magnetic Fields - I Don't Want to Get Over You


I don't want to get over you
I guess I could take a sleeping pill and sleep at will
and not have to go through what I go through
I guess I should take Prozac, right,
and just smile all night at somebody new,
Somebody not too bright but sweet and kind
who would try to get you off my mind.
I could leave this agony behind
which is just what I'd do if I wanted to,
but I don't want to get over you
cause I don't want to get over love.
I could listen to my therapist, pretend you don't exist
and not have to dream of what I dream of;
I could listen to all my friends and go out again
and pretend it's enough,
or I could make a career of being blue
I could dress in black and read Camus,
smoke clove cigarettes and drink vermouth
like I was 17 that would be a scream
but I don't want to get over you.

"Eu queria te dizer que passa. Mas não passa"

Luciana nunca mentiu pra mim.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Violeta Parra - Run run se fue pa'l norte

Sin pena ni alegría,
sin gloria ni piedad,
sin rabia ni amargura,
sin hiel ni libertad,

vacía como el hueco
del mundo terrenal,
Run Run mandó su carta
por mandarla no más.
Run Run se fue pa'l norte,
yo me quedé en el sur;
al medio hay un abismo
sin música ni luz.
¡Ay, ay, ay, de mí!

sábado, 10 de março de 2012

La Roux - Armour Love
La Roux - Cover my eyes
Daft Punk - Something about us
Phoenix - Consolation Prizes
Eisley - Ambulance
Dave Matthews Band - #41
The Kooks - Gap
The Pains of Being Pure At Heart - Heart in your heartbreak
Volantes - Dez minutos

Cada a vez que eu ouço essas músicas, ou, pior, que o random do meu ipod vai para elas, eu suspiro e sinto um aperto no peito. Às vezes, leve o suficiente para cantá-las. Mas simplesmente não consigo ouvir Gap (nem Armour Love, nem Something About Us. Já chorei pesadamente com elas.)

Eu lembro que coloquei um trecho de Gap no livro que dei para ele de aniversário. Numa página aleatória, para ele ler um dia. Já falei isso pra ele.



Ainda dói.

Sigo em frente e muito bem, obrigada. Estudando, trabalhando, sorrindo, conhecendo pessoas, etc. Durmo muito bem, pois fico exausta. Tenho distrações e também tenho coisas e pessoas que realmente gosto por perto.

Mas é complicado, não é? Todo um universo associado a alguém. 5 anos, ou 2. E sou tão jovem.

A vida tem sido boa para mim. E eu sigo. Mas faz falta. Faz falta.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A escolha política da omissão

O dramaturgo alemão Bertolt Brecht sintetizou muito bem em seu poema "O analfabeto político" a incoerência ignorante de alguém que declara não importar-se com política: Toda a nossa vida, todo o nosso cotidiano estão inevitavelmente ligados a ela. Se alguém declara não interessar-se por política, este também é um ato político.

A política é um tema complexo. É compreensível que pareça enfadonha para muitos. Porém, é equivocada a ideia de que política é algo alheio aos cidadãos comuns, restrito ao Congresso Nacional e altas esferas similares. A advogada militante dos Direitos Humanos Érika Pretes intitulou brilhantemente um artigo em seu blog acerca das identidades de gênero divergentes do padrão heteronormativo: "Ir a padaria é um ato político" (http://inquietudine.wordpress.com/2010/07/20/ir-a-padaria-e-um-ato-politico/)

Frequentemente, interpretamos nossas ações como meras escolhas pessoais, cujas consequências ficariam restritas ao âmbito privado e individual. Contudo, isso raramente é verdade. Ao declarar que não se interessa por política, o indivíduo está fazendo a escolha política da omissão. Se à primeira vista a decisão de se abster da vivência política parece uma escolha de foro íntimo legítima, ao analisar-se mais profundamente, essa ideia revela sua fragilidade.

A omissão custa para todos. Afinal, a política permeia nossa vida de maneira indissociável. Todavia, essa omissão custa especialmente caro para aqueles que insistimos em chamar de minorias - mulheres, negros, homossexuais, transexuais, pobres. É fácil dizer "Não me interesso por política" quando seus direitos humanos mais básicos estão preservados.

Somos seres dotados de empatia. E, como disse o religioso Desmond Tutu, que lutou contra o apartheid na África do Sul, "Se você permanece neutro numa situação de injustiça, você escolheu o lado do opressor." Ser apolítico é ser omisso. E o mundo se torna mais perigoso quando escolhemos não escolher.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Teorizar a minha dor não vai buscar o meu amor

Procurando alguém que não acenda a discussão
Sobre minha indigestão mental
Meu colapso cerebral
Teorizar a minha dor não vai buscar o meu amor
Não quero respostas ou conselhos
De um pentelho que pensa ser Freud

Por dentro eu posso chorar
Me pergunto:

Quem dessa vez vem me ajudar?
Eu sei que não vou encontrar saída nenhum no bar pra mim
Apenas quero sorrir assim
Sem ter de lembrar do quanto vou chorar depois.

Stratopumas - Paranóia de Freud

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Vazio

Diferentemente de outros momentos da minha vida, neste não há aquele desespero agudo. Não há surtos e nem o pensamento de "Eu não consigo viver assim". Eu consigo, sim. Talvez eu viva até anos assim.

O que há é vazio. Um vazio completamente melancólico, nostálgico, e amargo. E fisicamente doloroso.Vem na forma de náusea. Vem na forma de taquicardia. Vem na forma de uma certa dificuldade pra respirar. Vem na forma de muito sono.

Eu não vou fazer nenhuma besteira. Esforçarei-me em ser produtiva, estudar, sair com as amigas, sorrir, cozinhar, cuidar dos meus lindos gatos, ficar na internet.

Mas o vazio. O vazio. O vazio permanece. O vazio me segue, e, quando eu abaixo a guarda, o vazio me abraça. Me envolve. Me aperta. E quando eu olho nos olhos da Pandora, inexplicavemente, eu tenho certeza que ela sabe o que eu tô sentindo. E me sinto desarmada. Me sinto horrivelmente frágil. Sozinha. Abandonada.

E velha. Eu me sinto velha. Só que "I'm too young to feel this old". Quanta dor a gente acumula com os anos. Espero que os próximos sejam mais suaves. Espero que eu ame menos. Porque esse amor imenso e que a tudo, tudo perdoa tem me envenenado, tem sido minha ruína. Meu corpo está me punindo por amar demais, por sentir demais, por sofrer demais.

"A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal

You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't, they don't speak for us
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide

No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent silence

This is my final fit, my final bellyache with.

No alarms and no surprises please (let me out of here)"



Às vezes acho que, quando eu morrer, eu terei uma expressão muito serena no rosto.