sexta-feira, 12 de abril de 2013

words

a palavra criada
amorfa e fluida
é supostamente minha arte

politizo-me e tento
desconstruir noções de dons e talentos
escrevo porque preciso
(a mim, é vital expressar-me)
escrevo porque gosto
e escevo porque posso

escrevo e reescrevo minha dor
noção ocidental de que o verbalizado soa mais real
escrevo como expiação
alívio fácil e grátis
com apenas um ou outro colateral

às vezes acho que o faço mal
assim como sobrevivo: mal
contudo, me basta que saia
a palavra

não preciso, talvez, de reconhecimento
visões subjetivas sobre ter ou não ou existir talento
quero sobretudo este alento

escrevo como sobrevivo:
bem ou mal
sigo

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