sábado, 29 de setembro de 2012

Eu não tenho mais fé no meu futuro. Já não possuo a esperança de que minha inteligência, resiliência, perseverança, esforço, boas intenções um dia me salvem. Já não espero salvação. Muitíssimo mesmo na forma de emprego ou carreira acadêmica. Nem em conhecimento, seja lá como você, leitor inexistente, interpreta isso.

Eu não me orgulho de nenhuma conquista minha, até porque eu mal conquistei algo. Contudo, se teve algo que me custou muito, muito mesmo, de verdade, foi permanecer viva. Isso sim me custou muito. Isso sim deixou marcas em mim inteira.

Não há glamour algum na tristeza, sabe. Não é agradável constatar que aos dezoito anos você já perdeu as esperanças. Por mais que eu preferisse estar morta desde pelo menos os onze anos, pensava que se eu sobrevivesse até os dezoito, eu poderia talvez sair de casa e construir uma vida bonita com minha inteligência e esforços. Eu estou com dezoito, moro sozinha, passei numa federal no meu primeiro vestibular, faço um preparatório pra concurso.

Continuo infeliz. Continuo me sentindo miseravelmente sozinha. Voltei a ser insone. Engordei. Durmo o máximo possível.


Se tem uma coisa realmente boa, linda e doce nesse momento da minha vida, é ele. Ele, que me abraça quando choro de madrugada (é sempre pior de madrugada) e me faz chá. Ele, que se esforça como ninguém mais se esforça para me animar, me alegrar, cuidar de mim.

Eu não acredito em deus. Nem em mim. Nem na humanidade.

Se tem algo no qual eu acredito, é nele.

Amar é um vôo livre sobre o abismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário