caminho na corda bamba
entre o transitório e o transcendente
talvez meu espírito queira elevar-se
mas pareço presa ao chão
se for para tentar voar
tentarei uma última vez
se cair como um pássaro alvejado
não haverá nenhum culpado
tampouco eu
viver é lançar-se ao ar
e lhe faltarem asas
no final
não haverá surpresa
nem adeus
nem arrependimento
nem culpa
somente ausência
a esperança é uma criança desamparada
frequentemente desesperada
e o medo de escuridão na infância
cresce conosco para a desesperança
torna-se a triste constatação
de que o escuro aos olhos é inofensivo
o verdadeiro abismo é interior.
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